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Trabalhadores do transporte organizam protesto para segunda-feira

Sindicato quer melhorias em estrutura, menos aperto nos horários e maior segurança para exercer a profissão

A paralisação dos trabalhadores do transporte coletivo de Pelotas, prevista para segunda-feira (19), não irá mais acontecer. Ao invés de interromper os serviços, os trabalhadores deverão realizar um dia de protestos, principalmente no Largo de Portugal, principal ponto de partida dos ônibus da zona urbana.

A categoria reclama prioritariamente de questões estruturais, de segurança e de saúde do trabalhador. Para o presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Pelotas (STTRP), Claudiomiro Amaral, faltam investimentos no Largo de Portugal. Os banheiros e a iluminação são ruins, na sua concepção. Mas as principais pautas no protesto serão a insegurança, após um ônibus ter sido incendiado, e os horários apertados para fazer as rotas. Mesmo com o protesto, há a garantia por parte do sindicato de que a população não será afetada no funcionamento das rotas. Ele afirma não haver a previsão de qualquer piquete nas empresas, por exemplo. Apenas eventuais atrasos poderão ocorrer, devido às ações.

Embora a questão salarial não seja a principal pauta, deverá aparecer naturalmente nas reivindicações. A tarifa da passagem subiu 10,50% no início do mês, passando de R$ 3,35 para R$ 3,70. Segundo Amaral, os trabalhadores pretendiam ter, em novembro, mês em que tradicionalmente ocorrem as negociações, um incremento de 8% nos salários - 4% da inflação e outros 4% de ganho real. No entanto, argumenta que o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Pelotas não fez proposta e não está negociando. "A gente achou que seria uma negociação tranquila", lamenta.

Por sua vez, o advogado do sindicato das empresas, Aires Martins, diz que houve reunião no mês passado e ficou definido que o dissídio coletivo seria acertado judicialmente. No entanto, garante não ter obtido novos contatos do STTRP. Ele aguarda, agora, o tribunal dar seu parecer sobre o reajuste salarial. No entanto, já adianta que os 4% da inflação serão repassados imediatamente aos trabalhadores.

O secretário-executivo do Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP), Enoc Guimarães, confirmou que a partir da próxima dezena de pagamentos os trabalhadores já receberão o reajuste da inflação anual. Quanto às renegociações, não acredita na possibilidade de conceder também os 4% de ganho real pleiteado pelos trabalhadores. "Isso não existe", analisa, referindo-se à possibilidade do aumento. Ele acredita que o reajuste ficará apenas no índice inflacionário.

Posição da prefeitura
Durante a semana, o STTRP publicou nota dizendo que a reunião convocada pelo sindicato das empresas para ambos sindicatos resolverem as questões de reajuste havia sido cancelada. Devido a isso e a outras pautas, como junção de linhas, aumento da idade para gratuidade de idosos e desoneração no óleo diesel, foi pedido à prefeitura a revogação do aumento da tarifa enquanto não houvesse a negociação com os trabalhadores. Martins diz que o cancelamento foi feito devido à violência na última semana, com o incêndio de um ônibus. A partir disso, preferiu esperar o posicionamento judicial da questão relacionada ao dissídio.

Para o secretário de Transportes e Trânsito, Flávio Al Alam, o cancelamento do reajuste é uma medida impossível de ser aceita. O aumento da tarifa faz parte do contrato da prefeitura com o CTCP, realizado sempre no mês de novembro, considerando índices como o aumento do preço do óleo diesel no ano anterior (foi considerado 17% no reajuste), o Índice Nacional de Preços ao Consumidos (INPC), o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), entre outros.

Ele considera uma confusão histórica em Pelotas, sendo corrigida agora, atrelar o reajuste aos trabalhadores ao da tarifa. "É uma coisa que não tem nada a ver", considera. A questão estrutural também foi comentada pelo secretário. Ele garante que melhorias estão sendo feitas, como aumento na iluminação do Largo de Portugal, colocação de câmeras de segurança e maior disponibilidade de abrigos e banheiros. "Melhorou muito, mas ainda pode melhorar. Sempre pode melhorar", reconhece.

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